sábado, 27 de novembro de 2010

Inscrição para Educação Profissional CETEP Irecê

No período de 29/11 a 10/12/2010, pessoas que concluiram o Ensino Médio na escola pública poderão participar do sorteio eletrônico para ingresso em um dos cursos do CETEP Irecê no site: www.sec.ba.gov.br/inscricacaosorteio .

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Currículo, docência e práxis pedagógica no Ensino Médio: conceito de currículo

Em 11 de setembro de 2010

No encontro deste dia, foi-nos proposto escrever o que compreendiamos por currículo. Nesta perspectiva, cada participante do curso trouxe a sua ou as suas concepções de currículo constituindo um verdadeiro mosaico currícular. Nessas concepções, a visão de currículo oculto veio à tona, a qual permeia a educação escolar e a nào escolar; assim como, a a visão de currículo como disciplinas escolares; currículo como prática social e outros.
Na sequência, a professora formadora distribuiu pela sala pequenos textos escritos por professores do Programa de Pós-Graduação em Educação da FACED/UFBA - textos estes que configuraram a etapa da prova escrita do processo seletivo do referido programa.
Ao distruibui os textos, fiquei feliz ao ler o texto da professora Dra. Vera Fartes, a qual foi orientadora da minha monografia na especialização em Administração Pública em 1998.
A minha concepção de currículo se aproximou com a concepção da profa. Dra. Maria Rosi, em primeira instância por levar em consideração o principio ou aspecto fundante do cuurrículo que é o percurso formativo, o qual está relcionado com a questão do movimento, ou seja, a dinamicidade em se constitui o próprio currículo.
Em relação à concepção de currículo da Prof. Dra. Vera Fartes, embora não tenha contemplado na minha escrita, compreendo que o currículo também seja esse espaço permanente de tensão entre múltiplos discursos pedagógicos que, como afirma Fartes, produzem novos sentidos às finalidades sociais das profissões no mundo contemporâneo.
Concordo ainda, com a concepção de currículo proposta pelo Prof. Dr. Roberto Sidinei Macedo, o qual afirma que o currículo seja um campo de contestação, uma arena política na qual os atores sociais lutam por seus objetivos.
Bem, mas temos um curso inteiro para mudar ou afimar pontos de vistas e concepções.

Currículo, docência e práxis pedagógica: impressões iniciais

10 de setembro de 2010 - Início do Curso de Currículo e Práxis Pedagógica

A oportunidade de cursar o Curso de Currículo e Práxis Pedagógica no Ensino Médio é muito gratificante para mim, porém desafiadora. O desafio não é somente porque tenho que dar conta de escrever um diário reflexivo, o qual deve se configurar em uma escrita do eu crítica e reflexiva relacionada com as vivências e experiências no decorrer do referido curso, mas também devido as condições humanas espiturias e materiais em que me encontro.
Atualmente, encontro-me mergulhado em um turbilhão de afazeres e muitas outras possibilidades. Primeiro, que exerço a função de vice-diretor administrativo-financeiro do CETEP Irecê - Centro Territorial de Educação Profissional de Irecê - na qual são oferecidos cursos técnos-profissionalizantes integrados ao Ensino Médio e Subsequente; Segundo, a função de professor substituto do DCHT - Campus XVI da UNEB; Terceiro, de função de tutor de sala do Curso de Pedagogia - na modalidade presencial conectado; Quarta, coordenador do Curso de Pedagogia em Presidente Dutra - pela Plataforma Freire em parceria com a UNEB. Atividades estas, que exigem uma escrita constante.
Em relação aos mesu possíveis, e que também são exigências - estou retomando o meu projeto de pesquisa A homossexualidade no discurso de gestores escolares: neutralidade, fortalecimento ou combate da dicriminação para conclusão do curso de Especialização em Estudos Linguísticos e Literários no DCHT Campus XXIV em Xique Xique. Pesquisa esta, que já está em desenvolvimento, mas atrasada.
No campo das possibilidades, finalmente estarei parcipando do processo seletivo para o mestrado em Educação e Contemporaneidade, no qual já cursei duas disciplinas como aluno especial. O projeto com qual concorrerrei será Território de Identidade e Educação Profissional: um estudo de caso no CETEP/ESAGRI em Irecê.
Assim, começa a minha tessitura na tragetória do presente curso de currículo.

domingo, 14 de novembro de 2010

Currículo, docência e práxis pedagógica: rumo à compreensão da formação

Dia 11/11/2010

Foram socializadas e discutidas as atividades do texto do livro Compreender a formação: o fundante da educação do prrofessor Dr. Roberto Sidnei Macedo.
Concluimos a arte das camisas e a confecção dos cartazes para divulgação do evento.

Dia 12/11/2010

Analizamos as orientações curriculares para o Ensino Médio.

sábado, 13 de novembro de 2010

Intinerâncias e fractais: impressões sobre a entrevista / seleção

10 de novembro de 2010

Ansiedade, apreensão, responsabilidade, mas uma noite de viagem sem conseguir dormir no ônibus. Chegar a Salvador rever meus filhos. Andar de ônibus nessa cidade... apesar de dez anos de afastamento ainda tão familiar. Após, os abraços

Intinerâncias em currículo, docência e práxis pedagógica: Compreender a formação

Era dia 11 de novembro de 2010...



A minha volta da entrevista (5a fase do processo seletivo para acesso ao Mestrado em Educação e Contemporaneidade) na UNEB em Salvador. Uma viagem recheada de pensamentos, planos e projetos; Reflexões sobre o que já fiz, o que não fiz e deveria ter feito e, principalmente por tudo que ainda posso fazer, inclusive hoje hoje - agenda transbordadando. 
A chegada em Irecê, as quatro da manhã e o meu trajeto da rodoviária a minha casa, a pé - aproveitar para sair um pouco do sedentarismo. Banho e cama, para depois ir para Hidrolândia observar as oficinas articulares orientadas por mim aos professores-alunos do curso de Pedagogia da Plataforma Freira.
Fazem mais de vinte anos que estive em Hidrolândia - a vila do municipio de Uibaí. O motorista vem mim apanhar mais sedo do que o combiinado... eu estava lendo uma monografia para dar o parecer, precis1o continuar lendo no próprio transporte, mas sem deixar de ver as pessoas, sentir os cheiros de lugares tão faliliares, a passagem por Presidente Dutra - cheiro das flores de pinha, manga e umbú; o verde único das plantações de pinha em curva de linha.
Depois do povoado de Canoãozinho a paisagem muda, já é território de Uibaí, outras cores com destaque para os plantios de mandioca e mamona, mas os umbuzeiros e mangueiras permanecem.
Finalmente em Hidrolândia, escola de educação infantil Sossego da Mamãe, os pais chegando com os seus filhos, a pé ou de bicicleta; o ritual de entrada na famosa filinha indiana; cada turma para a sua respectiva sala. E o pátio todo organizado com a exposiços brinquedos construídos ao longo da semana com materiais de sucata. Na cumiãncia das oficinas, as quatro turmas irão manusear coletivamente os brinquedos novos. E, a abertura foi com um tearro de bonecos em as professores deram vida aos bonecos para explicar a importãncia da reciclagem a partir das confusões bem humioradas da coleta de sucata pelos estudantes para confeccionar os brinquedos.
Um verdadeiro festival, bilboquês e os seus desafios, o quebra-cabeça de garrafa pet; o balangandan e os seus efeitos de arco-íris; o vai-e-vem; enfim, jogos que ensinam, adultos e crianças que ensinam e aprendem ludicamente.
Volta para casa, leitura de uma monografia de uma especializaçào, detecção de plágio, tentativa de contato sem sucesso com a orientadora para suspender a banca...
A tarde no CETEP, recepção calorosa devido a volta da entrevista?! não - confundiram a data do meu aniversário, até presente ganhei. Rotina do financeiro, pagamentos a fornecedores etc e tal.
As dezessete horas, UNEB e a banca de defesa de monografia que não aconteceu devido ao plágio. A banca deu mais um tempo para que o estudante pudesse adequar o seu trabalho aos critérios da academia e as normas da ABNT.
Finalmente, dezenove horas, Curso de Currículo, Docência e Práxis Pedagógica no Ensino Médio. A organização do evento - simpósio ou coloquio, coloquio. Local, cartaz, arte da camisa... tudom encaminhado, então vamos para a apresentação e discussão a partir e sobre o texto Compreender a formação e a formaçao pela compreensão: para além das simplificações de autoria do Prof. Dr. Roberto Sidnei Macedo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Intinerâncias em currículo e práxis pedagógica

Viver e não ter a vergonha de ser um eterno aprendiz como chamou atenção o saudoso Gonzaguinha é o que melhor reverborou no meu corpo de memórias para retomar a escrita, ou melhor, sistematizar a escrita desse diário, que na verdade não será um diário comum, pois a exemplo do que tenho aprendido nos próprios estudos sobre currículo e formação, o conhcecimento é construido aos saltos, ao modo do funcionamento do nosso próprio pensamento que linka e estabelece relações entre acontecimentos que se apresentam como se não pudessem ter relações entre si.
Em 05 de novembro de 2010, vivi uma experiência significativa ao assistir ao filme A casa dos espíritos que traz muitas questõies para a nossa reflexão. Este filme conta a hist´ria da revolução chilena a partir da história de uma familia, cuja narração é baseada no diário de uma das personagens.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

15 de Outubro dia do/a Professor/a: minha homenagem

Ao mestre com carinho
(Abelhudos)

Quero aprender sua lição que faz tão bem pra mim
Agradecer de coração por você ser assim
Legal ter você aqui
um amigo em que eu posso acreditar
Queria tanto te abraçar


Pra alcançar as estrelas não vai ser fácil,
mas se eu te pedir
você me ensina como descobrir
qual é o melhor caminho


Foi com você que eu aprendi a repartir tesouros
Foi com você que eu aprendi a respeitar os outros
Legal ter você aqui
um amigo em que eu posso acreditar
Queria tanto te abraçar

Pra mostrar pra você que eu não esqueço mais essa lição
Amigo, eu ofereço essa canção
Ao mestre com carinho

Foi com você que eu aprendi a repartir tesouros
Foi com você que eu aprendi a respeitar os outros
Legal ter você aqui
um amigo em que eu posso acreditar
Queria tanto te abraçar

Pra mostrar pra você que eu não esqueço mais essa lição
Amigo, eu ofereço essa canção
Ao mestre com carinho


Nesse dia Especial, rememoro todas professoras e todos professores que passaram pela minha vida e agradeço a contribuição significativa de cada uma/um na formação do ser humano que sou hoje.
E, na condição de professor que sou, um agradecimento especial a Juscelino, que um dia me presenteou com a letra dessa canção... quando? 1988 ou 1989... quando dava os meus primeiros passo nessa profissão.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Percursos e trajetórias

Na constante construção de quem sou eu
Hoje estou muito grato
Por ter conseguido
A aprovação na prova escrita
Do mestrado

Apenas mais uma estapa Vencida
Mas muito significativa para mim
Que eu tenha ânimo e força
Para vencer as novas etapas!!

Que Deus me abeçoe!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Refletindo com Victor Hugo

"O futuro pertence ainda mais aos corações do que aos espíritos.



Amar é a única coisa que pode ocupar a eternidade.


Ao infinito é necessário o inesgotável.



Extraído do livro “Os Miseráveis"



Victor Hugo

Desconhecido

Minha fé é no desconhecido,

em tudo que não podemos compreender por meio da razão.
Creio que o que está acima do nosso entendimento
é apenas um fato em outras dimensões
e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder.

Charles Chaplin

Quem eu sou?!!

"a única verdade é que vivo.



Sinceramente, eu vivo.


Quem sou?


Bem, isso já é demais...."






Clarice Lispector

Esses rostos


Quem sabe um dia eu não conheça essa tal sabedoria?!!
 Como dizia o poeta


Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não

Vinícius de Moraes

Lácio

Menino mais lindo!!!

Meus filhos: meus amores


Esther

Isac, Esther e Lácio!!!

Dizer que amo vocês três é pouco...

Isac
Vocês

são

a

minha

própria

vida!!!

Rebs

Parabéns!!

Sucesso!!

Felicidades!!

Afinal, o sonho de cursar Farmácia já é realidade!!

Beijão

Soninha: uma lenda em forma de pessoa

Um sonho que se sonha só é apenas um sonho', é apenas um sonho que sonha só.
Um sonho que se sonha junto é realidade...
Já nos disse Raul Seixas em sua homenagem.
Afinal, quem mais poderia ter no próprio nome a possibilidade de conjugar o verbo sonhar?!!
Saudades!!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um pouco mais de Drummond

De mão dadas (Carlos Drummond de Andrade)


Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.



Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.



O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

a vida presente.

O Crovo (Edgar Alan Poe) trad. Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora


Da meia-noite que apavora,

Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,

Ao pé de muita lauda antiga,

De uma velha doutrina, agora morta,

Ia pensando, quando ouvi à porta

Do meu quarto um soar devagarinho,

E disse estas palavras tais:

"É alguém que me bate à porta de mansinho;

Há de ser isso e nada mais."



Ah! bem me lembro! bem me lembro!

Era no glacial dezembro;

Cada brasa do lar sobre o chão refletia

A sua última agonia.

Eu, ansioso pelo sol, buscava

Sacar daqueles livros que estudava

Repouso (em vão!) à dor esmagadora

Destas saudades imortais

Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora.

E que ninguém chamará mais.



E o rumor triste, vago, brando

Das cortinas ia acordando

Dentro em meu coração um rumor não sabido,

Nunca por ele padecido.

Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,

Levantei-me de pronto, e: "Com efeito,

(Disse) é visita amiga e retardada

Que bate a estas horas tais.

É visita que pede à minha porta entrada:

Há de ser isso e nada mais."



Minh'alma então sentiu-se forte;

Não mais vacilo e desta sorte

Falo: "Imploro de vós, — ou senhor ou senhora,

Me desculpeis tanta demora.

Mas como eu, precisando de descanso,

Já cochilava, e tão de manso e manso

Batestes, não fui logo, prestemente,

Certificar-me que aí estais."

Disse; a porta escancaro, acho a noite somente,

Somente a noite, e nada mais.



Com longo olhar escruto a sombra,

Que me amedronta, que me assombra,

E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,

Mas o silêncio amplo e calado,

Calado fica; a quietação quieta;

Só tu, palavra única e dileta,

Lenora, tu, como um suspiro escasso,

Da minha triste boca sais;

E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;

Foi isso apenas, nada mais.



Entro coa alma incendiada.

Logo depois outra pancada

Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:

"Seguramente, há na janela

Alguma cousa que sussurra. Abramos,

Eia, fora o temor, eia, vejamos

A explicação do caso misterioso

Dessas duas pancadas tais.

Devolvamos a paz ao coração medroso,

Obra do vento e nada mais."



Abro a janela, e de repente,

Vejo tumultuosamente

Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.

Não despendeu em cortesias

Um minuto, um instante. Tinha o aspecto

De um lord ou de uma lady. E pronto e reto,

Movendo no ar as suas negras alas,

Acima voa dos portais,

Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;

Trepado fica, e nada mais.



Diante da ave feia e escura,

Naquela rígida postura,

Com o gesto severo, — o triste pensamento

Sorriu-me ali por um momento,

E eu disse: "O tu que das noturnas plagas

Vens, embora a cabeça nua tragas,

Sem topete, não és ave medrosa,

Dize os teus nomes senhoriais;

Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"

E o corvo disse: "Nunca mais".



Vendo que o pássaro entendia

A pergunta que lhe eu fazia,

Fico atônito, embora a resposta que dera

Dificilmente lha entendera.

Na verdade, jamais homem há visto

Cousa na terra semelhante a isto:

Uma ave negra, friamente posta

Num busto, acima dos portais,

Ouvir uma pergunta e dizer em resposta

Que este é seu nome: "Nunca mais".



No entanto, o corvo solitário

Não teve outro vocabulário,

Como se essa palavra escassa que ali disse

Toda a sua alma resumisse.

Nenhuma outra proferiu, nenhuma,

Não chegou a mexer uma só pluma,

Até que eu murmurei: "Perdi outrora

Tantos amigos tão leais!

Perderei também este em regressando a aurora."

E o corvo disse: "Nunca mais!"



Estremeço. A resposta ouvida

É tão exata! é tão cabida!

"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência

Que ele trouxe da convivência

De algum mestre infeliz e acabrunhado

Que o implacável destino há castigado

Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,

Que dos seus cantos usuais

Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,

Esse estribilho: "Nunca mais".



Segunda vez, nesse momento,

Sorriu-me o triste pensamento;

Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;

E mergulhando no veludo

Da poltrona que eu mesmo ali trouxera

Achar procuro a lúgubre quimera,

A alma, o sentido, o pávido segredo

Daquelas sílabas fatais,

Entender o que quis dizer a ave do medo

Grasnando a frase: "Nunca mais".



Assim posto, devaneando,

Meditando, conjeturando,

Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,

Sentia o olhar que me abrasava.

Conjeturando fui, tranqüilo a gosto,

Com a cabeça no macio encosto

Onde os raios da lâmpada caíam,

Onde as tranças angelicais

De outra cabeça outrora ali se desparziam,

E agora não se esparzem mais.



Supus então que o ar, mais denso,

Todo se enchia de um incenso,

Obra de serafins que, pelo chão roçando

Do quarto, estavam meneando

Um ligeiro turíbulo invisível;

E eu exclamei então: "Um Deus sensível

Manda repouso à dor que te devora

Destas saudades imortais.

Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."

E o corvo disse: "Nunca mais".



“Profeta, ou o que quer que sejas!

Ave ou demônio que negrejas!

Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno

Onde reside o mal eterno,

Ou simplesmente náufrago escapado

Venhas do temporal que te há lançado

Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo

Tem os seus lares triunfais,

Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"

E o corvo disse: "Nunca mais".



“Profeta, ou o que quer que sejas!

Ave ou demônio que negrejas!

Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!

Por esse céu que além se estende,

Pelo Deus que ambos adoramos, fala,

Dize a esta alma se é dado inda escutá-la

No éden celeste a virgem que ela chora

Nestes retiros sepulcrais,

Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!”

E o corvo disse: "Nunca mais."



“Ave ou demônio que negrejas!

Profeta, ou o que quer que sejas!

Cessa, ai, cessa! clamei, levantando-me, cessa!

Regressa ao temporal, regressa

À tua noite, deixa-me comigo.

Vai-te, não fique no meu casto abrigo

Pluma que lembre essa mentira tua.

Tira-me ao peito essas fatais

Garras que abrindo vão a minha dor já crua."

E o corvo disse: "Nunca mais".



E o corvo aí fica; ei-lo trepado

No branco mármore lavrado

Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.

Parece, ao ver-lhe o duro cenho,

Um demônio sonhando. A luz caída

Do lampião sobre a ave aborrecida

No chão espraia a triste sombra; e, fora

Daquelas linhas funerais

Que flutuam no chão, a minha alma que chora

Não sai mais, nunca, nunca mais!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Definitivo - Caldos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.


Nossa dor não advém das coisas vividas,


mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.



Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos

o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções


irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado


do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter


tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que


gostaríamos de ter compartilhado,


e não compartilhamos.



Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.



Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas


as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um


amigo, para nadar, para namorar.



Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os


momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas


angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.





Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.



Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo


confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,


todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.




Por que sofremos tanto por amor?



O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma


pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez


companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.



Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um


verso:



Se iludindo menos e vivendo mais!!!



A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida


está no amor que não damos, nas forças que não usamos,


na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do


sofrimento,perdemos também a felicidade.


A dor é inevitável.


O sofrimento é opcional...

Ainda sobre AMIZADE

"Quero ser o teu amor amigo. Nem demais e nem de menos.


Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,

Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.

Sem forçar tua vontade.

Sem falar, quando for hora de calar.

E sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente, nem presente por demais.

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amor amigo, mas confesso é tão difícil aprender!

E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças,

Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."
(Fernando Pessoa)

Amigos, ainda…

Um dia a maioria de nós irá separar-se.


Sentiremos saudades de todas as conversas


jogadas fora,


das descobertas que fizemos, dos sonhos


que tivemos, dos tantos risos e


momentos que partilhamos.


Saudades até dos momentos de lágrimas, da


angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim…


do companheirismo vivido.


Sempre pensei que as amizades


continuassem para sempre.


Hoje não tenho mais tanta certeza disso.


Em breve cada um vai para seu lado, seja


pelo destino ou por algum


desentendimento, segue a sua vida.


Talvez continuemos a nos encontrar, quem


sabe…nas cartas que trocaremos.


Podemos falar ao telefone e dizer algumas


tolices…


Aí, os dias vão passar, meses…anos… até


este contacto se tornar


cada vez mais raro.


Vamo-nos perder no tempo….


Um dia os nossos filhos verão as nossas


fotografias e perguntarão:


“Quem são aquelas pessoas?”


Diremos…que eram nossos amigos e……


isso vai doer tanto!


“Foram meus amigos, foi com eles que vivi


tantos bons anos da minha vida!”


A saudade vai apertar bem dentro do peito.


Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes


novamente……


Quando o nosso grupo estiver incompleto…


reunir-nos-emos para um último


adeus de um amigo.


E, entre lágrima abraçar-nos-emos.


Então faremos promessas de nos encontrar


mais vezes daquele dia em diante.


Por fim, cada um vai para o seu lado para


continuar a viver a sua vida,


isolada do passado.


E perder-nos-emos no tempo…..


Por isso, fica aqui um pedido deste humilde


amigo: não deixes que a vida


passe em branco, e que pequenas


adversidades sejam a causa de grandes


tempestades….


Eu poderia suportar, embora não sem dor,


que tivessem morrido todos os


meus amores, mas enlouqueceria se


morressem todos os meus amigos!






Fernando Pessoa

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Alcymar Monteiro 27/06/10

Muito bom o show de Alcymar Monteiro, acompanhado de belíssimas coreografias da cultura brasileira.

Um dia feliz


Passamos pela vida tão apressadamente que, na maioria das vezes, não paramos para viver a felicidade. Levamos a vida tão ä sério, que acabamos colocando a diversão num lugar menor.
Mas, nesse dia 27/06 no show de Del Feliz conseguir me liberar e viver a alegria, na rua, no meio da multidão.
E Hermínio, embora você não estivesse tão animado, muito obrigado pela sua companhia.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Reunião em Pressidente Dutra

Nesta quarta-feira, dia 23/06/10 participei de uma reunião com o Secretário de Educação do Municipio de Presidente Dutra, com Prefeito e com a Coordenadora de Plataforma Freire no Municipio.

Na qual ficou decidido:

1. O Dia da aula inaugural - 15/07/10;

2. O Dia do inicio das aulas - 19/07/10;

3. A necesssidade de conversar com o João Borges e Pedro Rocha, sobre:
  • Equipamentos;
  • Acervo bibliográfico;
  • Transporte de professores, proporcinal ao número de estudantes-professores.
À noite estive no parque com as crianças e mais tarde na abertura do Arraiá das Caraíbas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O ano da morte de Saramago

Polêmico com a publicação do seu livro O Evangelho segundo Jesus Cristo mexe com as bases da Igreja Católica, ao refletir sobre assuntos da ética, da religiosidade.
No romance o ano da Morte de Ricardo Reis, Saramago nos proporciona um reencontro com genialidade de Fernando Pessoa. E agora, com a morte de Saramago, quem vai escrever o ano da morte deste?!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Artes Cenicas: vivências psico-corporais

As artes cênicas de acordo com a Wikipédia são todas as formas de artte que se desenvolve num palco ou local de representação para o público. Muitas vezes estas artes cênicas podem ocorrer em praças ou ruas. Assim podemos dizer também que esse palco pode ser improvisado. Ou seja, o palco é qualquer local onde ocorre um apresentação cênica. Nesse sentido, podemos elencar as seguintes modalidades:
  • A dança;
  • O teatro;
  • O circo;
  • A ópera.

 

 
Na Bahia e no Nordeste, de um modo geral, as danças juninas são bons exemplos de artes cênicas.



Os gêneros das artes cênicas ou do teato são: trágico, cômico, dramático, dança e musical. Vejamos cada um deles:
  • Gênero trágico - este gênero imita a vida, no que se convencionou chamar, de ações completas;
  • Gênero cômico - são as comédias que apresentam o lado irônico e contraditório da vida;
  • Genêro dramático - tem a finalidade de representar e descrever os conflitos humanos;
  • Genêro dança -  utiliza-se de representações propiciadas pela mimica acompanhada da música;
  • Genêro musical - este gênero é desenvolvido através da música, que pode ser cômica, trágica ou dramática.
Nesse sentido, qualquer movimento corporal ensaiado é precedido de sensiblização, relaxamento, estudos, pesquisas e muitos ensaios, ou seja, além das habilidades corporais, os artista precisam estarem psicologicamente equilibrados para executar qualquer tipo de arte cênica.

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso - Agropecuária.

Alface plantada na horizontal, em sacos de adubos.

sábado, 5 de junho de 2010

Uma síntese da aula da Especialização


A aula sobre currículo na Especialização em Gestão e Organização dos Espaços Escolares na UNOPAR Irecê, na qual sou tutor de sala, após abordar o currículo em quatro perspectivas: tradicional, humanista, tecnicista e multiculturalista, a professora apresentou a seguinte fala de Bachelard:
"Fechado no ser, sempre há de ser necessário sair dele. Apenas saído do ser, sempre há de ser preciso voltar a ele. Assim, no ser, tudo é circuito, tudo é rodeio, retorno, discursos, tudo é rosário de permanências, tudo é refrão de uma estrofe sem fim". (Bachelar, 1989)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Semiótica - ciência dos signos




Refletir sobre a semiótica, um exercicio necessário...


Para estas reflexões podemos começar pelos "Primeiros passos", ou tropeços como dizia uma professora da minha graduação quando se referia a coleção primeiros passos.

Outra alternativa é usar o dicionário de semiótica.

E ainda, uma outra alternativa, um tanto mais modesta é participar das aulas de Linguagens e Educação em Valença - UNEB Campus XV.


De acordo com Charles Sanders Peirce o homem atribui significado a tudo que o cerca numa concepçao triádica (Primeiridade, Secundidade, Terceiridade) e há três tipos de sígnos:
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A Linguagens e seus enigmas




DECIFRA-ME OU DEVORO-TE.
A linguagem, na era da informação e da comunicação, como na esfinge do faraó, nos desafia sempre "Decifra-me ou devoro-te".
E aí, vai encarar?!!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Uma bela CRÔNICA de João do Rio

A RUA

Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua.

A rua! Que é a rua? Um cançonetista de Montmartre fá-la dizer:

Je suis la rue, femme éternellement verte,
Je n’ai jamais trouvé d’autre carrière ouverte
Sinon d’être la rue, et, de tout temps, depuis
Que ce pénible monde est monde, je la suis...

(Eu sou a rua, mulher eternamente verde jamais encontrei outra carreira aberta senão a de ser a rua e, por todo o tempo; desde que este penoso mundo é mundo, eu a sou...)

A verdade e o trocadilho! Os dicionários dizem: "Rua, do latim ruga, sulco. Espaço entre as casas e as povoações por onde se anda e passeia." E Domingos Vieira, citando as Ordenações: "Estradas e rua pruvicas antigamente usadas e os rios navegantes se som cabedaes que correm continuamente e de todo o tempo pero que o uso assy das estradas e ruas pruvicas." A obscuridade da gramática e da lei! Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei in-folios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações...

Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. Não paga ao Tamagno para ouvir berros atenorados de leão avaro, nem à velha Patti para admitir um fio de voz velho, fraco e legendário. Bate, em compensação, palmas aos saltimbancos que, sem voz, rouquejam com fome para alegrá-la e para comer. A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. Os Cândido de Figueiredo do universo estafam-se em juntar regrinhas para enclausurar expressões; os prosadores bradam contra os Cândido. A rua continua, matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. A rua resume para o animal civilizado todo o conforto humano. Dá-Ihe luz, luxo, bem-estar, comodidade e até impressões selvagens no adejar das árvores e no trinar dos pássaros.

A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopéia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. A rua criou todas as blagues e todos os lugares-comuns. Foi ela que fez a majestade dos rifões, dos brocardos, dos anexins, e foi também ela que batizou o imortal Calino. Sem o consentimento da rua não passam os sábios, e os charlatães, que a lisonjeiam e lhe resumem a banalidade, são da primeira ocasião desfeitos e soprados como bolas de sabão. A rua é a eterna imagem da ingenuidade. Comete crimes, desvaria à noite, treme com a febre dos delírios, para ela como para as crianças a aurora é sempre formosa, para ela não há o despertar triste, e quando o sol desponta e ela abre os olhos esquecida das próprias ações, é, no encanto da vida renovada, no chilrear do passaredo, no embalo nostálgico dos pregões - tão modesta, tão lavada, tão risonha, que parece papaguear com o céu e com os anjos...

A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos, mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir, aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os males da cidade, poeira d’oiro que se faz lama e torna a ser poeira - a rua criou o garoto!

Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes - a arte de flanar: É fatigante o exercício?

Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários, que não pertence a nenhuma língua! Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha das alfurjas da Saúde, depois de ter ouvido dilettanti, de casaca aplaudirem o maior tenor do Lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja...

[...]

(A alma encantadora das ruas, 1908.)

O poder da linguagem



“E o VERBO se fez carne e habitou entre nós.” (João 1,14)

Vôo - Cecília Meireles


Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.


Voam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos, como negros abutres,
as palavras voam.


Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós,
em redor de nós as palavras voam.
E às vezes pousam.

Cecília Meireles

terça-feira, 1 de junho de 2010

AULA EM VALENÇA


Comecei a colaboração em Valença... a viagem é longa e demorada, mas valeu a pena.
Mas, tenho muito o que fazer... e como!!

terça-feira, 16 de março de 2010

URGENTE: NOTAS

CONBTINUO COM DIFICULDADE PARA FECHAR OS DIÁRIOS, POIS AINDA NÃO CONSEGUI VISUALIZAR AS PUBLICAÇÕES.


PESSOAL AINDA NÀO CONSEGUI VISUALIZAR ALGUNS BLOGS, POR FAVOR ENVIE S ENDEREÇOS DOS SEUS BLOGS PARA O MEU E-MAIL: martiusba@hotmail.com.
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