sexta-feira, 27 de maio de 2011

As consequências da modernidade - Anthony Giddens


Para provocar e fazer refletir GIDDENS cita John Donne, o qual questiona "E se este presente fosse a última noite do mundo?".

No livro As consequências da modernidade GIDDENS (1991) propõe uma análise institucional da modernidade com ênfase cultural e epistemológica. Neste sentido, o autor diz que a "modernidade" refere-se a estilo, costume de vida ou organização social que se emergiram na Europa a partir do século XVIII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos mundiais em sua influência. p. 8
No que diz respeito a pós-modernidade, GIDDENS diz que se refere a um deslocamento das tentativas de fundamentar a epistemologia, e da fé no progresso planejado humanamente. Afirma ainda que a condição pós-moderna é caracterizada por uma evaporação da grand narrative - o "enredo" dominante por meio do qual somos inseridos na história como seres tendo um passado e um futuro predizível. Sobre a perspectiva pós-moderna, o autor infere que esta vê uma pluralidade de reivindicações heterogênias de conhecimento, na qual a ciência não tem um lugar privilegiado. Ou seja, a pós-modernidade destrona a ciência que havia ocupado o trono com tanta pompa na modernidade. Mas, não há apenas um modelo de conhecimento para se colocar no lugar da ciência, sim múltiplos e fluidicos saberes e conhecimentos.
Giddens, porém defende que os modos de vida  produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todos os tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes. Tanto em sua extensionalidade quanto em sua intecionalidade, as transformações envolvidas na modernidade são mais profundas que a maioria dos tipos de mudança característicos dos perídos precedentes.  p. 10
Giddens argumenta que a influência a longo prazo do evolucionismo social é uma das razões por que o caráter desconstinuísta da modernidade tem com frequência deixado de ser plenamente apreciado. Uma vez que, a história, no seu dizer, "começa" com culturas pequenas, isoladas, de caçadores e coletores, se movimenta através do desenvolvimento de comunidades agrcolas e pastoris e daí para a formação de estados agrários, culminando na emergência de sociedades modernas no Ociendente. p. 11
Entretanto, desconstruir o evolucionismo social significa aceitar que a história não pode ser vista como uma unidade, ou como refletindo certos principios unificadores de organização e transformação. Giddens apresenta três descontinuidades que separam as instituições sociais modernas das ordens sociais tradicionais, a saber:
1. O ritmo de mudança nítido que a era da modernidade põe em movimento;
2. O escopo da mudança. Conforme diferentes áreas do globo são postas em interconexão, ondas de transformação social penetram virtualmente toda a superficie da Terra;
3. Por fim, a natureza intrínseca das instituições modernas, uma vez que algumas formas sociais modernas simplesmente não se encontram em períodos históricos precedentes. p. 12


Bem, este texto se constitui em mais um sinal de leitura da disciplina Bases Filóficas da Contemporaneidade.

3 comentários:

  1. ESTAMOS SEMPRE EM TRANSFORMAÇOES E COM ISSO CADA VEZ MAIS O MUNDO FICA MODERNO, COM ISSO TRAS SUAS CONSEQUENCIAS

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  2. Eurocentrismo é uma ideia que coloca os interesses e a cultura Europeia como sendo as mais importantes e avançadas do mundo.

    Eurocentrismo na História

    Este conceito foi muito utilizado no período das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI). Nesta fase da história, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, descobriram novas terras na África e Ásia e implantaram suas culturas (religião, língua, modos, costumes) entre os povos conquistados. Fizeram isso, pois acreditavam que a cultura europeia era mais desenvolvida do que a dos indígenas e africanos.

    Durante o período neocolonial (século XIX) este conceito voltou a ser usado durante o processo de ocupação e partilha da África e Ásia pelos europeus.

    Na atualidade

    O eurocentrismo é um conceito que não é mais aplicado, pois atualmente sabemos que não há uma cultura superior a outra, elas são apenas diferentes e devem ser respeitadas como tal.

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  3. O que é a Pós-modernidade?
    Por Pós-modernidade se entende o conjunto de características que demarcam uma nova "Era Histórica", o fim da modernidade do mundo contemporâneo e uma nova maneira de ver e se ver no mundo. Mas não seria, como a maioria dos pesquisadores acredita, apenas uma ruptura com o paradigma da modernidade, surgido com a Revolução Francesa. Ainda mais porque, como demonstrado, se existe uma ruptura paradigmática, ela tem uma causa, uma origem, mediata ou imediata, em fatos que produziram o efeito da mudança.
    Ou seja, a Pós-modernidade foi gerada na Modernidade, assim como a Revolução Francesa o foi no Absolutismo e no Protestantismo ; e a Revolução Russa, por sua vez, na Francesa. A mudança de um "paradigma", para ocorrer, necessita de um processo lento de transformação de valores e costumes.
    Desta forma, a Pós-modernidade representa, por um lado, uma ruptura com a modernidade; mas, por outro, uma simples continuação de um processo transformador que começou antes mesmo dessa Modernidade.
    A) Uma Nova Revolução
    Essa nova "Era Histórica" pode ser entendida como uma nova Revolução. Não uma Revolução como o foram a Francesa ou mesmo a Comunista, pois esta atual não afirma que seu ideal (se se pode falar em ideal) é melhor do que os outros, mas que tudo é uma ilusão, não existe nem verdade e nem erro.

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