quinta-feira, 30 de junho de 2011

Revendo o projeto do mestrado

Políticas Públicas em Educação Profissional com ênfase na formação docente


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Refletindo sobre tempo e esperança com Drummond

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
                                         Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Livros, textos da net e tantos outros portadores textuais

"Bendito,bendito é aquele que semeia livros,



livros a mão cheia e manda o povo pensar;



o livro caindo na alma,



é germe que faz a palma,



é chuva que faz o mar."



(Castro Alves)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

AUTOPSICOGRAFIA

123º Aniversário de Fernando Pessoa
AUTOPSICOGRAFIA
              Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda

Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

“Tudo o que é sólido desmancha no ar”. Marshal Berman

“Tudo o que é sólido desmancha no ar”. A ambição cósmica e a grandeza visionária da imagem, sua força altamente concentrada e dramática, seus subtons vagamente apocalípticos, a ambigüidade de seu ponto de vista — o calor que destrói é também energia superabundante, um transbordamento de vida —, todas essas qualidades são em princípio traços característicos da imaginação modernista.

Baixe o livre e leia, é grátis!!
http://pt.scribd.com/doc/2301035/Marshall-Berman-Tudo-O-Que-E-Solido-Desmancha-No-Ar

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Em assembléia, a votação foi para a greve continuar.

Na assembleia geral do dia (08/06), os professores deliberaram pela manutenção da greve por tempo indeterminado. A aprovação foi por unanimidade. Na ocasião, avaliou-se que as negociações, reabertas nesta segunda,  não chegaram ao fim, pois há problemas na nova proposta do Governo (veja aqui as duas propostas, uma referente ao Acordo Salarial e outra ao Decreto 12.583/11). A categoria destacou que a radicalização do movimento, ao ocupar a Assembleia Legislativa, foi acertada e que o recuo do Governo, ao retomar as negociações, foi resultado dessa ação.
Fonte: Riaza Rocha/aduneb
Mais informações no site da ADUNEB: 
http://www.aduneb.com.br/noticias.php?news_not_pk=1827

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Morte e vida severina

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.


Mais isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem falo

ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:

se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos

iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos

iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos

iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,

a de querer arrancar

alguns roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.
(Morte e Vida Severina - Introdução)
João Cabral de Melo Neto

Pensando com João Guimamães Rosa

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa