quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Encontro de 14/10/09

Para esta data estava programada a exibição do filme Espelho d'água com o objetivo de identificar as linguagens evidenciadas nesta produção cinematográfica, bem como as possiveis relações entre essas linguagens.
Refletir sobre a linguagem cinematográfica e as possibilidades do uso didático e pedagógico desta linguagem.
Entretanto, diante da oportunidade da turma assistir a palestra e apresentações das ações e projetos do CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial de Irecê articulado pela professora Maria da Conceição, do Componente Curricular Educação Especial, a aula foi direcionada para esta temática, uma vez que cada vez mais o Pedagogo e o Professor precisa está afinado com as propostas de inclusão de alunos portadores de deficiências, que seja visual, auditiva, física ou outra nas classes comuns.
A partir dos esclarecimentos apontados pelos palestrantes do CAPS e a apresentação do Projeto De perto ninguém é normal, percebe-se a fundamental importância da linguagem artística aliada as linguagens científicas de uma equipe multidisciplar para o acolhimento e tratamento de portadores de deficiência mental, numa perspectiva contrária a utilizada pelos manicômios.
Nesta perspectiva, a atividade do blog consiste em escrever uma síntese sobre a temática apresentada no encontro e a importância da linguagem, enquanto elemento de mediação no processo de reabilitação e ou tratamento dos portadores de deficiência mental.
Para a turma do 4° período pensar sobre as possibilidadades de avaliação no trabalho com deficientes mentais. Refletindo sobre as questões: seria possivel a realização da avaliação tradicional? E o portfólio, poderia ser utilizada com estes sujeitos?
Saudações linguistico-avaliativas!!

domingo, 11 de outubro de 2009

Criação do Memorial do Blog

Olá Pessoal!!

Na aula do dia o7/10, além das postagens do blog com a síntese de cada encontro, orientei a produçao de um MEMORIAL DO BLOG, no qual cada aluno/a irá criar um perfil relacionado com as suas vivências com linguagens: Quais as percepções de linguagens na infância, na adolescência e na vida adulta nos espaços não formais e nos formais de educação? Que fatos de linguagem marcaram a sua trajetória pessoal? A linguagem não é neutra, ela carrega ideologias e poderes, como isso aparece nas suas vivências?
Embora linguagem escrita seja a mais óbvia para a construção desse memoral, outras linguagens também podem ser utilizadas, como um vídeo, por exemplo.

Busque a sua sensibilidade e a sua criatividade e traduza-se revelado a sua complexiade e a sua idividualidde.

Para auxiliar leia o poema TRADUZIR-SE de Ferreira Goulart e a letra da música METADE de Oswaldo Montenegro.



TRADUZIR-SE (Ferreira Goulart)



Uma parte de mim

é todo mundo:

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim

pesa, pondera:

outra parte

delira.



Uma parte de mim

alomoça e janta:

outra parte

se espanta.

Uma parte de mim

é permanente:

outra parte

se sabe de repente.



Uma parte de mim

é só vertigem:

outra parte,

linguagem.



Traduzir uma parte

na outra parte

_ que é uma questão

de vida ou morte

_será arte?





METADE (Oswaldo Montenegro)



Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio


Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.


Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada

Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.


Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corrói por dentro

Seja um dia recompensada

Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.


Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

A outra metade eu não sei.


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia

E a outra metade é canção.


E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também.

domingo, 4 de outubro de 2009

EU ETIQUETA (Carlos Drummond de Andrade)

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Linguagens e Educação: síntese do primeiro encontro

O primeiro encontro na turma de Pedagogia - noturno - do 5º período aconteceu no dia 23 de setembro de 2009.
A turma é composta por 50 alunos, dois quais 41 estiveram presentes.
1º momento: Iniciamos com as tradicionais apresentações, que para muitos, parece uma mera perda de tempo, mas que é uma atividade muito significativa para a composição de um perfil da turma, ainda que provisório. A turma, como não poderia deixar de ser, é muito heterogenia, demonstrando a sua diversidade desde a identificação ou falta desta para com o curso; inclusive com declarações explícitas de alguns alunos de que não gostam do curso e nem era isso que queriam fazer; no entanto, outros tantos cursam Pedagogia por opção mesmo e alguns no decorrer dos estudos passaram a gostar.
A diversidade aparece com bastante ênfase tambem em relação ao municipio de origem dos estudantes, contemplando vários municipios do Teritório de Identidde de Irecê e até de outros territórios; bem como, a demonstração de que muitos já possuem experiências no magistério, mas que boa parte da turma ainda não passou por estas vivências de docência.
Enfim, é uma turma que, no geral, possui boas expectativas para com a disciplina, o que espero corresponder, na medida do possível.
2º momento: apresentei em datashow uma clip com o poema Eu, etiqueta de Carlos Drummond de Andrade, o qual não apareceu todo, mas eu continuei com a letura. Fizemos algumas re flexões sobre o conteúdo do poema com foco nas linguagens que aparecem.
3º momento: Na sequência, a turma foi dividida em trios para os quais foi distribuido o texto Concepções de Linguagem de autoria de Ana Paula B. V. da Silva. Após um tempo de leitura e discussão sobre o texto, os trios socializaram as principais idéias e as debateram, o que evidenciu as três abordagens da linguagem: como comunicação, como representação e/ou equanto prática social.
Neste dia, estava previsto um momento para utilizar o laboratório de informática para a criação do blog, mas o tempo foi insuficiente.
Bem, agora chegou o momento de você aluno/a também deixar suas impressões do nosso primeiro encontro mediados pela Linguagem. Este espaço é seu: comente.

A polifonia da avaliação

O programa da disciplina Avaliação em Educação, ministrada por mim no 4º módulo do Curso de Pedagpogia Docência e Organização dos Processos Educacionais do DCHT Campus XVI - Irecê contempla a criação de Portfólio, enquanto instrumento de avaliação do Componente Curricular. E, como o formato da organização do portfólio fica a critério do/a aluno/a, podendo ser desde uma encadernação até a utilização da Internet, os/as alunos/as podem criar blog para registrar as suas reflexões sobre todos os momentos de aprendizagem ao longo do curso. Neste sentido, a turma do 4º semestre está convidada a criar seu portfólio eletrônico.
Sejam todos/as muito bem vindos/as!!
Saudações avaliativas,
Professor Mácio

domingo, 13 de setembro de 2009

Linguagens e Educação

Para inicio de conversa convido Manuel de Barros para nos brindar com sua poesia e nos auxiliar nessa reflexão:
A maior riqueza do homem é a sua incompletude
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me acertam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros
Eu penso renovar o mundo usando borboletas.


Manoel de Barros
Linguagens e Educação, que relações possíveis existem entre estes dois termos amplos? As linguagens estão para a educação ou a educação está para as linguagens? Poderia existir educação sem linguagens ou vice-versa? Como traduzir as linguagens em educação ou a educação em linguagens? Quem prescede quem: Linguagem ou educação?

Estas são questões apenas para aquecer a reflexão sobre as possíveis relações e interações entre Linguagens e Educação, enquanto componente curricular do Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia Docência e Gestão dos Processos Educativos, integrante do Eixo Temático Articulador: Diversificação da Formação do Pedagogo da UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - Campus XVI Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, cuja proposta é analisar e refletrir sobre as diferentes linguagens utilizadas nos processos de comunicação e informação na contemporaneidade; discutir as relações entre semiótica e educação; e, também compreender o papel das tecnologias para o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade utilizando-se das ferramentas tencnológicas disponibilizadas pela rede mundial de computadores e os recursos, como o blog.
Na perspectiva do procedimento didático aqui empreendido, o blog será mais que um diário de bordo, pode ser considerado como um portfólio ou um memorial eletrônico, uma vez que o portfólio é compreendido para além de uma pasta com a organização dos documentos produzidos pelos alunos ou, no caso de empresas, pelos funcionários; O portfólio usado na educação, tanto por alunos como por professores, com o objectivo de fazer uma reflexão crítica sobre o seu processo académico, visando a melhoria de competências, atitudes ou conhecimentos. Normalmente é uma coletanea de documentos ligada a um texto ou uma temática seguindo uma lógica reflexiva. Cuja estrutura deve contemplar a seguinte sequência:
Capa, Sumário, Introdução, Desenvolvimento pessoal, Desenvolvimento social, Desenvolvimento académico, Conclusão e Anexos.
O trabalho com blog enquanto atividade do Componente Curricular Linguagens e Educação se traduzirá em um exercício de metalinguagem, uma vez que, como está posto na Wikipédia a metalinguagem é uma linguagem usada para descrever algo sobre outra(s) linguagens (linguagens objeto). Modelos formais sintáticos para descrição gramatical, e.g. gramática gerativa, são um tipo de metalinguagem. De modo mais amplo, uma metalinguagem pode referir-se a qualquer terminologia ou linguagem usada para descrever uma linguagem em si mesma — uma descrição gramatical, por exemplo, ou um discussão sobre o uso de uma linguagem.
No que se refere à semelhança do memorial devido a este ser concebido como um exercício de interrogação de nossas experiências passadas para fazer aflorar não só recordações/lembranças, mas também informações que confiram novos sentidos ao nosso presente.
Nessa perspectiva, como diz Shaw da Física Quântica, "você não enxerga algo até descobrir a metáfora perfeita que o faz percebê-lo". E, Manuel de Barros reforça essa compreensão quando diz que "pensa em renovar o mundo usando borboletas".
As linguagens das novas tencnologias da comunicação e da informação são hipertextuais, como afirma Pierre Levy, uma vez que funcionam aos saltos , não linermente - são os links de navegação e de rede, cuja profusão de textos e icones são traduzidos por diversas metáforas. Como a de navegação contida na letra da música Os argoneutas de Caetano Veloso. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=1sXg-XcP9wM