quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Abordagens (auto)biográficas e a infância

As próximas atividades (se constituem em comentários à esta postagem) do componente curricular Abordagens Autobiográficas do 6º período do curso de Pedagogia - do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT - Campus XVI da Universidade do Estado da Bahia - UNEB em Irecê Bahia se constitui em relacionar a sua própria infância na faixa etária em que os seus alunos do Estágio se encontram com as reflexões a seguir.

Os esforço de rememoração, ao parar para refletir sobre a estrada já trilhada marcada por intinerâncias e errâncias formativas e com o olhar adulto e educador da atualidade, a busca por reminescêcias da nossa própria história de vida se constitui em elementos fundamentes para o exercício pedagógico significativo. Nesta perspectiva, a prática de estágio, com sujeitos reais, no chão da escola possiblitam fazer relações com as sua vivências deinfãncia? Ainda existem jogos, brincadeiras, músicas e atividades que podem serrelacionadas com as vividas na sua própria infância no período da educação infantil?
Roda Infantil - Cândido Portinari, 1932
A conviviabilidade das crianças e entre as crianças na atualidade se distanciaram das suas vivências nos grupos em que fora membro quando estudou a educação infantil?
Pensar a nossa história de vida é rever tempos e lugares, ações e emoções, brincadeiras e verdades tecidas nas diversas relações que estabelecemos com tantos outros no decorrer da nossa existência. Relações estas que influenciam, interferem e tensionam a nossa própria formação devido à ação do outro e a formação destes outros a partir das nossas ações. São gestos, palavras e silêncios que nos formam e redimencionam as nossas identidades. 
A colcha de retalhos
 
As formações humanas acontecem em todos os lugares e tempos em que podemos estabelecer relações conosco mesmos, com os outros e com o ambiente que nos cerca e do qual fazemos parte, como uma colcha de retalhos que forma um mosaico fractal, cujas peças são revistidas de significados e valores sem perder a sua essência, mas cada um exercendo a sua importância capital para o resultado do todo. Entretanto a escola é o locus institucionalizado e socialmente construído para dar conta a formação dos sujeitos. Pois, como afirma Alarcão,
 
“A escola tem de ser a escola do sim e do não, onde a prevenção deve afastar a necessidade de repressão,onde o espírito de colaboração deve evitar as guerras de poder ou competitividade mal-entendida, onde a crítica franca e construtiva evita o silêncio roedor ou a apatia empobrecedora e entorpecedora”(Alarcão, 2001, p. 17).
 
No movimento dialético da escola existem contradições, medos e inseguranças. Mas, quando colocamos em prática o espírito de colaboração, cujos sujeitos podem colaborar, cooperar e solidarizar uns com os outros, aos poucos vamos superando estas dificuldades e fazendo com que a escola vá cumprindo o seu papel social. Uma vez que favorece as trocas entre os diversos sujeitos, como afirma Souza,
 
"É na dinâmica da vida e nas histórias tecidas no nosso cotidiano que aprendemos dimensões existenciais e experienciais sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o meio em que vivemos. No entrecruzamento de nossas aprendizagens, a escola exerce um papel singular, visto que neste espaço ‘convivemos' e internalizamos papéis sociais apreendidos no cotidiano familiar." (Souza, 2005, p. 32)
 
Enfim, apesar das crises em que a educação em geral e da educação escolarizada em particular estão passando, este local ainda deve ser valorizando enquanto ambiência que favorece encontros e vivências entre os diversos sujeitos, uns contribuindo para a formação dos outros e vice-versa.