domingo, 13 de setembro de 2009

Linguagens e Educação

Para inicio de conversa convido Manuel de Barros para nos brindar com sua poesia e nos auxiliar nessa reflexão:
A maior riqueza do homem é a sua incompletude
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me acertam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros
Eu penso renovar o mundo usando borboletas.


Manoel de Barros
Linguagens e Educação, que relações possíveis existem entre estes dois termos amplos? As linguagens estão para a educação ou a educação está para as linguagens? Poderia existir educação sem linguagens ou vice-versa? Como traduzir as linguagens em educação ou a educação em linguagens? Quem prescede quem: Linguagem ou educação?

Estas são questões apenas para aquecer a reflexão sobre as possíveis relações e interações entre Linguagens e Educação, enquanto componente curricular do Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia Docência e Gestão dos Processos Educativos, integrante do Eixo Temático Articulador: Diversificação da Formação do Pedagogo da UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - Campus XVI Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, cuja proposta é analisar e refletrir sobre as diferentes linguagens utilizadas nos processos de comunicação e informação na contemporaneidade; discutir as relações entre semiótica e educação; e, também compreender o papel das tecnologias para o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade utilizando-se das ferramentas tencnológicas disponibilizadas pela rede mundial de computadores e os recursos, como o blog.
Na perspectiva do procedimento didático aqui empreendido, o blog será mais que um diário de bordo, pode ser considerado como um portfólio ou um memorial eletrônico, uma vez que o portfólio é compreendido para além de uma pasta com a organização dos documentos produzidos pelos alunos ou, no caso de empresas, pelos funcionários; O portfólio usado na educação, tanto por alunos como por professores, com o objectivo de fazer uma reflexão crítica sobre o seu processo académico, visando a melhoria de competências, atitudes ou conhecimentos. Normalmente é uma coletanea de documentos ligada a um texto ou uma temática seguindo uma lógica reflexiva. Cuja estrutura deve contemplar a seguinte sequência:
Capa, Sumário, Introdução, Desenvolvimento pessoal, Desenvolvimento social, Desenvolvimento académico, Conclusão e Anexos.
O trabalho com blog enquanto atividade do Componente Curricular Linguagens e Educação se traduzirá em um exercício de metalinguagem, uma vez que, como está posto na Wikipédia a metalinguagem é uma linguagem usada para descrever algo sobre outra(s) linguagens (linguagens objeto). Modelos formais sintáticos para descrição gramatical, e.g. gramática gerativa, são um tipo de metalinguagem. De modo mais amplo, uma metalinguagem pode referir-se a qualquer terminologia ou linguagem usada para descrever uma linguagem em si mesma — uma descrição gramatical, por exemplo, ou um discussão sobre o uso de uma linguagem.
No que se refere à semelhança do memorial devido a este ser concebido como um exercício de interrogação de nossas experiências passadas para fazer aflorar não só recordações/lembranças, mas também informações que confiram novos sentidos ao nosso presente.
Nessa perspectiva, como diz Shaw da Física Quântica, "você não enxerga algo até descobrir a metáfora perfeita que o faz percebê-lo". E, Manuel de Barros reforça essa compreensão quando diz que "pensa em renovar o mundo usando borboletas".
As linguagens das novas tencnologias da comunicação e da informação são hipertextuais, como afirma Pierre Levy, uma vez que funcionam aos saltos , não linermente - são os links de navegação e de rede, cuja profusão de textos e icones são traduzidos por diversas metáforas. Como a de navegação contida na letra da música Os argoneutas de Caetano Veloso. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=1sXg-XcP9wM