sexta-feira, 22 de julho de 2011

Iluminismo e Modernidade

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE – PPGEduC
Mestrando: MÁCIO NUNES MACHADO
Sinal de Leitura 2
A leitura dos textos Modernidade: Ontem, hoje e amanhã e Iluminismos e contra-iluminismos (Sobre a modernidade e o seu projeto inacabado) nos possibilita reflexões mais acuradas sobre esta temática que, de alguma forma, permeia a nossa vida acadêmica, mas que a cada leitura são incorporados novos e mais significativos saberes, uma vez que o ponto de vista como percebemos essa realidade foi alterado com as novas leituras, vivências, experiências e saberes acumulados; assim como, o grau de responsabilidade e exigência aumenta em conformidade com o avanço dos estudos em que nos encontramos.
O atual estágio exige, por exemplo, que possamos dar conta da impressão de dois textos densos em apenas uma página - um Sinal de Leitura solicitado pelo Prof. Dr. Antônio Dias, do Componente Curricular Bases Filosóficas como requisito parcial para creditação do curso de Mestrado. Neste sentido, dado os limites que nos são impostos, o caminho é eleger o que consideramos mais significativo nas leituras realizadas.
O texto Modernidade: ontem, hoje e amanhã nos remete a uma leitura temporal, histórica da Modernidade, no qual o autor enfatiza o tempo como uma experiência vital, cuja compreensão ficará comprometida se não levarmos em consideração as transformações sofridas ao longo do tempo de conceitos como Modernidade, por exemplo, uma vez que a fixidez em acontecimentos do passado ou a concepção de um presente sem passado incorre em erros que nos impedem de compreender o movimento da realidade como dialético e continuo. Nesta perspectiva, o autor se utiliza do enunciado de Marx, “tudo o que é sólido se desmancha no ar”, enunciado este que nos leva a refletir se se o que é sólido se desmancha no ar, imagine o que é liquido gasoso, ou que é subjetivo? – pensamento ou produção intelectual na analise e compreensão da realidade em um tempo histórico, a Modernidade, ainda que documentados em bancos de dados, são atropelados pela avalanche de informações que as novas tecnologias da informação e da comunicação nos possibilita.
A tese do autor é que não há apenas uma Modernidade e para ilustrar e fundamentar esta tese se utiliza da literatura e da arte contemplando três fases da história da modernidade, a primeira que compreende o período do inicio do séc. XVI até o final do sec. XVIII traz Rousseau com a novela A nova Heloísa, o reflete sobre o movimento exploratório do campo para cidade – movimento arquétipo para milhões de jovens – impressões sobre o turbilhão da contraditória vida urbana; a segunda fase começa com a Revolução Francesa – 1790 – sentimento de uma era revolucionária; e a terceira e última fase, o processo de modernização expande a ponto de abarcar virtualmente o mundo todo, cuja cultura atinge triunfos na arte e no pensamento. Neste sentido, o autor recorre a Marx, a Nietzche, a Foucault e tantos outros escritores para fundamentar o seu pensamento.
No texto Iluminismo e contra-iluminismos (Sobre a modernidade e o seu projeto inacabado), Rouanet começa com a afirmação de que a Modernidade é um tema que está extremamente atual, uma vez que pelo número de artigos que se escrevem a esse respeito e de conferências que são feitas, confirma-se que a Modernidade é um tema moderno. O autor defende ainda que modernização e Iluminismo, no seu ponto de vista, são a mesma coisa, uma vez que, ambos podem ser compreendidos como uma tentativa de modernização, de transformação de sociedades arcaicas em sociedades regidas pela razão científica e filosófica.
Rouanet sintetiza em linhas gerais o iluminismo, uma vez que este pode ser caracterizado como um movimento heterogêneo. A sugestão do autor é que a proposta iluminista visava a todos os homens considerados como pessoas individualizadas, e que tinha como objetivo emancipar esses homens de todas a servidões em que estavam sujeitos e de ajuda-los a transitar para um novo mundo, onde as heteronomias e as servidões fossem superadas. Neste sentido, os elementos centrais do programa iluminista seriam: o Universalismo – abrangendo a todos os homens; o Personalismo ou Individualismo – direcionado a pessoas concretas; e, a Emancipação – nos eixos do Pensamento, da Política e da Economia – cujos indivíduos deveriam ser emancipados dos preconceitos, da tirania política e das necessidades.
No sub-tema Sobre as Concretizações Históricas do Iluminismo e sua crise, o autor defende que o Iluminismo se realizou em duas formas de organização social, o liberal capitalismo – herdeiro da Revolução Francesa - ruptura com os limites naturais com a terra, a cultura ou clã; e, o socialismo real – as sociedade comunista baseadas no marxismo.
Enfim, o autor traz ainda o Brasil e o debate sobre a Modernidade com a força antropofágica da semana de arte moderna e De volta ao iluminismo, sobre o qual aponta um terceiro caminho que não o do Liberal-capitalismo ou do Contra-iluminismo, que seria o caminho da utopia iluminista que aponta as condições de realização de algo que ainda não pode realizar em contraposição ao negativismo de Foucault mas, em consonância com a poesia de Otávio Paz, apresentados no primeiro texto.

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